sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Livre Arbítrio x Animais - Parte 3

Pintinhos




Permitido é ao homem, alimentar-se de tudo o que não lhe prejudique a saúde. (Livro dos Espíritos - questão 722)


Nós falamos, falamos e talvez para alguns não tenha ainda ficado compreensível o termo: Livre Arbítrio X Animais. O fato é que não queremos proibir ninguém de fazer nada, assim como o Livro dos Espíritos nada proíbe. Quem somos nós para proibirmos algo? O desejo é apenas de mostrar a verdade que fica oculta em nossos atos diários. Não queremos proibir Paulo de bater em Joana, não, ele tem o livre arbítrio dele para usar como bem entender, porém há um adendo: Paulo batendo em Joana, esta ficará machucada, e se Paulo não sabe que ela ficará machucada é uma coisa, se sabe, é outra bem diferente, ele o fará consciente do fato, o que pesará mais sobre ele, porém não evitará a dor dela. Mas, se ele souber que poderá machucá-la nessa "brincadeira" e realmente gostar dela, com certeza não irá mais bater nela.

As pessoas hoje querem guardar essa inocência infantil em relação aos animais; não saber o que lhes acontece, de alguma forma, as faz pensar que não são culpadas. Porém eles continuam, assim como Joana, sendo machucados e mortos diariamente.

O livre arbítrio nos dá igualmente o direito de optarmos por roubar ou não, mas nós sabemos das consequências para nós mesmos se formos presos; o mesmo acontece se matarmos alguém. Com os animais, porém, a coisa é diferente; achamos que matá-los não nos trará consequências, e a maioria nem se importa ou sequer se dá conta do que acontece com eles em sua curta vida de aprisionamento e abate.

Enganamo-nos. As consequências estão diante de nossos olhos. Basta ligarmos a TV para ouvirmos falar sobre o aquecimento global. Queimadas, erosões, tornados. Houve uma grande desestabilização do planeta, causado pelo uso incorreto e excessivo de suas riquezas naturais. Estudos reveladores de economistas e de jornalistas como Washington Novais, mostram que o maior responsável pelo aumento de gases na atmosfera e, consequentemente, o aumento da temperatura e das mudanças climáticas, é a criação de rebanhos para consumo de carne.

Nós temos o direito do livre arbítrio e também temos direito às suas consequências. Washington Novaes é franco ao dizer que hoje, apenas no Brasil, existem muito mais bois do que pessoas, e ainda se morre de fome neste país. Todos esses animais necessitam de água (para um quilo de carne é necessário cerca de 15 mil litros de água, cada boi pesa em torno de 500 quilos), recurso que também está ficando escasso. Todos esse animais produzem dejetos que, dependendo de onde são criados, poluem rios e lençóis freáticos. Parece que algo realmente está começando a nos afetar, e se não nos preocupamos com os animais, é hora de começarmos a nos preocupar com nós mesmos e com nosso futuro no planeta.

Uma das oito recomendações da FAO é que se diminua a ingestão de carne, não apenas porque ela mata os animais, mas porque está matando o planeta. Um certo egoísmo disfarçado, pois ainda mais uma vez, nós não nos importamos com os animais e, sim, com o que acontece com o planeta, pois se ele morrer morreremos com ele. E isto, sim, nos afeta.

Frangos
Agora que sabemos, supondo que antes desconhecíamos tal fato, que o consumo de carne, seja de qualquer cor - pois está previsto também por economistas que em cerca de 40 a 45 anos os peixes irão desaparecer do mar - o que faremos? Lembrando que a piscicultura também é uma grande responsável pela degradação de biomas, desequilíbrio do habitat de espécies nativas e poluição das águas por produtos químicos (fontes da FAO e World Watch Institute). Os jornais dizem que o consumo de carne está aumentando, mas a fome continua, porque milhares de áreas são devastadas para o aumento dos rebanhos e para a plantação de soja que será exportada e transformada em alimento para o gado europeu, enquanto o mundo mergulha no aquecimento global.

Se conseguimos não nos importar com a morte dos animais, será que um dia conseguiremos nos importar com a "nossa"? Será que, diante dos fatos novos que nos surgem, seremos capazes de sermos mais piedosos com o planeta ou ainda usaremos do nosso livre arbítrio para ir contra ele? Não estamos mais falando das mortes violentas nos abatedouros, do transporte estressante desses animais. Não, estamos falando agora de nossa própria extinção e, o pior, não pelos desígnios divinos como muitos gostam de dizer, mas pelas nossas próprias mãos. Se não somos capazes de abstermo-nos de carne pelos animais (questão 724 do Livro dos Espíritos), será que conseguiremos fazê-lo então por nós mesmos?

O que não podemos mais é fechar nossos olhos para a realidade:

"Permitido é ao homem, alimentar-se de tudo o que não lhe prejudique a saúde. (Livro dos Espíritos - questão 72)" Agora que sabemos que o aumento dos rebanhos é a maior causa do desequilibro planetário, como poderemos compreender a frase acima? Que avisos mais necessitaremos para ver que estamos indo na contramão da evolução? Podemos nos alimentar de tudo o que não nos prejudique, mas podemos nos alimentar de algo que prejudique a outro ser, a outra centelha divina? A cada minuto 12 crianças morrem de fome no mundo(FAO). Mais de 60 milhões de animais são abatidos por mês. Acredite ou não, tudo isso está interligado.

Frangos abatidos
A nossa visão muda quando deixamos de ver os animais apenas como objetos inanimados, não é? Fica difícil olharmos para eles no momento de seu abate, fica difícil olhar para seus olhos momentos antes de entrarem nos abatedouros. Podemos fechar nossos olhos para eles, mas não podemos fechar os olhos para o que está ocorrendo no planeta.

Nenhuma mudança significativa é fácil, mas a espiritualidade acredita que já estamos prontos para mudar, para compreender o que não conseguiríamos compreender há 200 , 300 anos atrás. Os animais têm alma. O Planeta é um organismo vivo que está , como o lobo, tentando expulsar as pulgas dele. Nós somos, nesse momento, as pulgas. É hora de decidirmos o que queremos para nós mesmos e para o planeta, bem como para todas aquelas centelhas divinas que caminham ao nosso lado. O bom uso do livre arbítrio não maltrata, não destrói e não corrompe, antes de usá-lo devemos pensar nas consequências de nossas escolhas e de nossos atos. O livre arbítrio deve gerar a paz, não a dor.







Simone Nardi




 Bibliografia

O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec
Livro dos Espíritos - Allan Kardec
Missionários da Luz- Chico Xavier/André Luiz
Nosso Lar - Chico Xavier/André Luiz
O Consolador - Chico Xavier/Emmanuel
A Gênese da Alma- Caibar Schutel
Tudo o que Vive é Teu Próximo - C.W Leadbeather
Contos e Apólogos - Chico Xavier/Irmão X
Treino para a Morte - Chico Xavier/Irmão X
A Carne é Fraca (vídeo)- Instituto Nina Rosa
Vídeo de Washington Novais
E Agora Animal? - Revista Sapiens
Inteligência e Memória Animal -
Disponível em :http://super.abril.com.br/superarquivo/2005/conteudo_125520.shtml 








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