quarta-feira, 26 de março de 2014

Eutanásia

Gato doutor

Por Ricardo Capuano

 

  Segundo o dicionário Priberam:

Eutanásia: (grego euthanasía, -as, morte fácil, morte feliz) - substantivo feminino
1. Morte sem dor nem sofrimento.
2. Teoria que defende o direito a uma morte sem dor nem sofrimento a doentes
incuráveis.


Legislação Brasileira

 

 No Brasil a eutanásia é tipificada como homicídio privilegiado pelo Código Penal:

“Art. 121. Matar alguém:

Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

Caso de diminuição de pena:

§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.”

A morte assistida, por sua vez, é considerada crime de Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio:

“Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.”

O Código de Ética Médica, por fim, estabelece o seguinte:

“Art. 6º. O médico deve guardar absoluto respeito pela vida humana, atuando sempre em benefício do paciente. Jamais utilizará seus conhecimentos para gerar sofrimento físico ou moral, para o extermínio do ser humano ou para permitir e acobertar tentativa contra sua dignidade e integridade.

É vedado ao médico: (...)

Art. 66. Utilizar, em qualquer caso, meios destinados a abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu responsável legal.”


Fonte: Eutanásia e morte assistida - Marcio Sampaio Mesquita Martins






CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA - CFMV



No uso das atribuições lhe conferidas pelo artigo 16, alínea ‘f’, da Lei nº 5.517, de 23 de outubro de 1968, RESOLUÇÃO Nº 1000, DE 11 DE MAIO DE 2012


Dispõe sobre procedimentos e métodos de eutanásia em animais e dá outras providências.


 O considerando que a eutanásia é um procedimento clínico e sua responsabilidade compete privativamente ao médico veterinário;

Considerando que a eutanásia é um procedimento necessário, empregado de forma científica e tecnicamente regulamentada, e que deve seguir preceitos éticos específicos; e que os animais submetidos à eutanásia são seres
Lobinho
sencientes e que os métodos aplicados devem atender aos princípios de bem-estar animal,


CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS




 Art. 3º A eutanásia pode ser indicada nas situações em que:

 I - o bem-estar do animal estiver comprometido de forma irreversível, sendo um meio de eliminar a dor ou o sofrimento dos animais, os quais não podem ser controlados por meio de analgésicos, de sedativos ou de outros tratamentos; 

 II - o animal constituir ameaça à saúde pública;

 III - o animal constituir risco à fauna nativa ou ao meio ambiente;

 IV - o animal for objeto de atividades científicas, devidamente aprovadas por uma Comissão de Ética para o Uso de Animais - CEUA;

 V - o tratamento representar custos incompatíveis com a atividade produtiva a que o animal se destina ou com os recursos financeiros do proprietário.






Espiritismo e Eutanásia

 


“Porque o que acontece aos filhos dos homens, isso mesmo também acontece aos animais; a mesma coisa lhes acontece. Como morre um, assim morre o outro. Todos têm o mesmo fôlego, e nenhuma vantagem têm os homens sobre os animais. Tudo é vaidade” - Eclesiastes 3.19.



L. dos EspíritosPergunta 606-A – “Então emanam de um único principio a inteligência do homem e dos animais? Sem duvida.”

 “ A verdadeira vida, tanto do animal quanto do homem, não está no invólucro corporal, do mesmo modo que não está no vestuário. Está no principio inteligente que preexiste e sobrevive ao corpo.” - A Gênese



Para todos os fins, consideramos sempre a “alma” dos animais igual a do humano, somente em fase evolutiva diferente. O que se aplica a um; se aplica ao outro.


O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo V -  item 28 

“Um homem está agonizante, presa de cruéis sofrimentos. Sabe-se que seu estado é desesperador. Será lícito pouparem-lhe alguns instantes de angústia, apressando-lhe o fim?”,  resposta: “Quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus? Não pode ele conduzir o homem até a borda do fosso, para daí o retirar a fim de fazê-lo voltar a si e alimentar ideias adversas das que tinha? Ainda que haja chegado ao último extremo um moribundo, ninguém pode afirmar com segurança que lhe haja soado a hora derradeira. A ciência não se terá enganado nunca em suas previsões?” 



Mika

Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo V 


 “O materialista, que apenas vê o corpo e em nenhuma conta tem a alma, é inapto a compreender essas coisas; o espírita, porém, que já sabe o que se passa no além-túmulo, conhece o valor de um último pensamento. Minorai os derradeiros sofrimentos, quanto o puderdes; mas, guardai-vos de abreviar a vida, ainda que de um minuto, porque esse minuto pode evitar muitas lágrimas no futuro." - S. Luís. (Paris, 1860.)


Livro dos Espíritos - 953 


  "É sempre culpado aquele que não aguarda o termo que Deus lhe marcou para a existência. E quem poderá estar certo de que, mau grado às aparências, esse termo tenha chegado; de que um socorro inesperado não venha no último momento?"



 O Consolador 


 “O homem não tem o direito de praticar eutanásia, em caso algum, ainda que a mesma seja a demonstração aparente de medida benfazeja. A agonia prolongada pode ter finalidade preciosa para a alma e a moléstia incurável pode ser um bem, como a única válvula de escoamento das imperfeições do Espírito em marcha para a sublime aquisição de seus patrimônios da vida imortal.” Emmanuel, psicografia de Francisco Candido Xavier (ed. FEB):



OBREIROS DA VIDA ETERNA - Espirito André Luiz pelo médium Chico Xavier 


Lobinho
 “Sem qualquer conhecimento das dificuldades espirituais, o médico ministrou-lhe a chamada “injeção compassiva”, ante o gesto de profunda desaprovação do meu orientador. Em poucos instantes, o moribundo calou-se. Inteiriçara-se a mascara facial. Fizeram-se vítreos os olhos móveis. Cavalcante, para o espectador comum, estava morto. Não para nós, entretanto. A personalidade estava presa ao corpo inerte, em plena inconsciência e incapaz de qualquer reação. Sem perder a serenidade otimista, o orientador explicou-me: - A carga fulminante de descanso, por atuar diretamente em todo sistema nervoso, interessa os centros do organismo perispiritual. Cavalcante permanece, agora, colado a trilhões de células neutralizadas, dormentes, invadido, ele mesmo, de estranho torpor que o impossibilita de dar resposta ao nosso esforço. Provavelmente, só poderemos libertá-lo depois de decorridas mais de doze horas(...). E, conforme a primeira suposição de Jerônimo, somente nos foi possível a libertação do recém-desencarnado quando já haviam transcorrido vinte horas, após serviço muito laborioso para nós. Ainda assim, Cavalcante não se retirou em condições favoráveis e animadoras. Apático, sonolento, desmemoriado”


Dra. Irvênia Prada


 “Se em relação ao ser humano temos a referência do que consta no livro “Obreiros da Vida Eterna”, de André Luiz, psicografado por Chico Xavier, jamais encontrei nas obras básicas da codificação espírita, algo paralelo, que nos orientasse quanto às conseqüências da eutanásia nos animais. Assim, em termos práticos e considerando as condições evolutivas de nosso planeta, sempre respondo a esta pergunta, lembrando-me de uma página de Emmanuel intitulada “Quanto Puderes”, também psicografada por Chico Xavier, em que recomenda: “Quanto puderes, não te afaste do lar…Quanto te seja possível, suporta… Quanto estiver ao teu alcance, tolera…”, etc. Então, digo: “Quanto puder, quanto lhe seja possível, quanto estiver ao seu alcance, faça opção pela vida!” 



Dr. Marcel Benedeti


Lobinho
  “Se eles não tivessem ou se nós não tivéssemos contato com a dor, nunca saberíamos o que seria isso. Se não soubéssemos o que é a dor, como saber o que é a falta dela ou o amor? É necessário que haja este contraste para que reconheçamos um e outro e saibamos diferenciá-los para aplicar em favor de nossa própria evolução. Todas as situações penosas são aprendizado para o nosso Espírito que tem evolução dinâmica. O sofrimento é relativo somente ao corpo físico e não ao Espírito, e é uma interpretação dada pelo nosso sistema neurológico”.
“O sofrimento faz parte dos meios de fazer evoluir o Espírito primitivo, que com isso desenvolverá sua consciência. À medida que os Espíritos, na condição animal por exemplo, expandem sua consciência pela dor, expandem também sua condição de desenvolver sentimentos relacionados ao amor ao próximo, tornando-os aptos a entrar em outra faixa evolutiva da Humanidade.”
“Os animais, assim como nós, possuem sistema nervoso que serve para fornecer informações sobre o meio ambiente em que está. O sistema nervoso é para nós e para os animais, entre outras finalidades, um instrumento de sobrevivência. Sentem dor. No entanto quando o corpo é acometido por algo que o atinja de modo rápido, fulminante e que permita que ultrapasse o limiar da dor perceptível ao cérebro, o mecanismo de separação entre o corpo espiritual e o físico é ativado automaticamente e o corpo sutil acaba sendo lançado, como se fosse por uma catapulta à distância do corpo físico para amenizar o sofrimento e evitar dores desnecessárias"

“Deus não deixaria que os animais sofressem apenas por sofrer, pois não haveria utilidade nisso. Se não houvesse mais a dor neste mundo, significaria que este mundo passou para outra fase evolutiva. Existem Espíritos que acompanham os animais e cuidam para que não sofram mais do que podem, e quando o sofrimento atinge um determinado ponto eles são retirados do corpo por mecanismos automáticos eles ou desencarnam para, em seguida, serem reencarnados e continuarem sua evolução ou se afastam (em espírito) enquanto a dor for demasiada. Este mecanismo de proteção também acontece com os seres humanos quando se vêem em situações perigosas e de sofrimento elevado.”


OPINIÃO

 


Lobinho
            Todas nossas escolhas e opiniões sempre se baseiam em nossas experiências e conhecimentos que adquirimos com essas experiências e com o aprendizado a nós transmitido por outras pessoas e que escolhemos aceitar. Em relação ao tema “Eutanásia” sou explicitamente contra.

            Acredito no que o Dr. Marcel Benedeti afirmou; “Deus não deixaria que os animais sofressem apenas por sofrer, pois não haveria utilidade nisso. Existem Espíritos que acompanham os animais e cuidam para que não sofram mais do que podem, e quando o sofrimento atinge um determinado ponto eles são retirados do corpo por mecanismos automáticos eles ou desencarnam para, em seguida, serem reencarnados e continuarem sua evolução ou se afastam (em espírito) enquanto a dor for demasiada.”

            Acredito que ninguém está desamparado e Deus não deixa nenhum de seus filhos, independente se é uma planta, animal, humano ou arcanjo, sem auxilio. Todos temos espíritos protetores que nos “tutelam” e ajudam. Ninguém, repito, está desamparado da bondade divina. Assim existem espíritos que protegem os animais para que não passem por sofrimentos desnecessários e sem finalidade.

            Mesmo não tendo um livre arbítrio elaborado como os humanos que leva a “resgates” pelo sofrimento, a dor para todos os seres vivos é uma forma de aprendizado e não deve ser negada como instrumento de evolução.

Gatinho de luz

Emanuel – Chico Xavier 


  “Nem sempre o sofrimento está atrelado ao resgate do passado, mas toda a vivencia atrelada ao sofrimento leva ao aprendizado.”










           


 

Medico Veterinário: Ricardo Luiz Capuano




 

 

  

Sobre as fotos

Lobinho foi um amigo que recolhemos da rua, estava abandonado e doente, com osteosarcoma na região craniana, não conhecíamos até então os problemas da prática da eutanásia para os animais e optamos, por solicitação do veterinário , por esse procedimento. Só o que desejamos todos os dias desde então é que Lobinho nos perdoe pelo erro.

 

Para ler mais sobre o assunto acesse

Eutanásia nos animais 

Osteosarcoma,Homeopatia: o que é e como lidar com isso 

Osteosarcoma X Homeopatia X Eutanásia

Reflexões sobre a Eutanásia

 

 

 



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