segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Sentimento sem ação é a ruína da alma

O pensador que não age, o fazedor que auxilia



Ana era menina órfã, perdida nas ruas de São Paulo. Mendigava nos faróis pelas moedinhas que com cuidado, segurava entre as mãos pequenas e trêmulas. A roupa rasgada assustava as pessoas. O cheiro do corpo muitas vezes as afastava. Mas Ana seguia em silêncio, na dor da fome e da solidão.

Muitos passavam pela movimentada avenida e viam a pequenina parada no farol. Fechavam os vidros dos carros quando ela se aproximava. Desciam da calçada ou mudavam de direção. As pessoas nos ônibus também a viam e junto com Ana, muitas delas sofriam.

Umas poucas lhe davam um trocado, a maioria virava-lhe as costas, tantos outros morriam de consternação. "Pobre menina só, alguém deveria fazer alguma coisa, comprar-lhe ao menos, um pedaço de pão".

E Ana seguia sozinha.

Fazia frio, chuva e a pequenina continuava pedinte.

Descalça, com fome, a menina morria.

"Alguém, por favor, tire-a dessa situação" - clamava uma voz na multidão.

"Não eu, tenho pressa, sigo para meu trabalho, nem eu tampouco, não sou nada missionário".

"Amai-vos" - pensou um.

E passou por Ana pensando:

"À noite lhe farei uma oração"

Lá estava a menina no farol. Chovia e fazia frio, seu estado era de dar dó. Cansada e faminta, resolveu abrigar-se e deitou-se sozinha sobre a antiga laje.

Adormeceu Aninha, pois tamanho era seu cansaço. Nem notou a pobrezinha, que um homem a acolhia nos braços. Seu rosto sereno sorria olhando para a luz. A menina pequenina agora morria e quem a recolhia era o Mestre Jesus.

Essa pequena e singela história serve para ilustrar o que é um sentimento sem ação. Muitas vezes nas tribulações da vida nos dizemos ainda fracos para o auxílio e deixamos em desamparo as pessoas que Deus coloca diante de nós.

Quantos de nós já não viram essa cena antes?

No ônibus, nos carros ou na corrida para o trabalho?

Descer do ônibus e perder a hora, jamais. Tenho meus compromissos. Mas que tal na volta? Na hora do almoço, dar um pouco do que se tem a quem nada tem.

Usamos muitas vezes, inúmeras desculpas para nos livrarmos de situações como essa. E por quê?

Porque não queremos ter o trabalho de perder alguns minutos; porque temos vergonha ou porque somos humildes demais para mostrar nossa cara aquele irmão que precisa de auxílio.

Não, por mais difícil que seja, temos que deixar de sermos omissos a dor que ronda esse Planeta, e não apenas a dor humana, a dor animal também.Sim, pois quantos não são os animais abandonados que passam fome nas ruas? Acaso merecem menos nossa atenção do que os outros?

Deus os criou e nos criou, como o mesmo amor e dedicação, não nos esqueçamos jamais disso.

Deixemos o:

"Eu deveria ter feito isso ou aquilo", "Eu poderia ter ajudado e não o fiz, agora é tarde".

Pelo

"Como me sinto bem por ter feito o certo"

Vamos crescer e amadurecer, depende de cada um de nós a mudança desse Planeta, da ação de nossos sentimentos e do crescimento de nosso espírito.

Sentimento sem ação é a ruína da alma.
(Frase de Edouard Abbey )


Simone  Nardi




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