terça-feira, 7 de outubro de 2014

A Crueldade da Indústria Seletiva-pt 1


Imagem: Cão abandonado

Abandono Progressivo De Animais





Vamos começar pelo que digamos, seja talvez, o lado mais fácil da batalha pelos Direitos Animais: o abandono de cães e gatos.

Digo fácil porque esses animais estão mais próximos de nós, e somos mais facilmente tomados pelo “sentimentalismo”, ao menos alguns, quando vemos um cão ou gato abandonado.

Existem inúmeras Ongs de proteção animal, na grande maioria de cães e gatos que são abandonados pelos seus “donos”. Esses animais são recolhidos, tratados, alimentados, vacinados e castrados, depois colocados para adoção em feiras ou pelos diversos blogs espalhados pela internet,para talvez encontrar tutores.

Alguns encontram novos lares, outros não.

Em meio a tanto sofrimento desses animais, deparamos com acalorados defensores que, pasmem: comem carne.

Sim não comem carne de cães ou aquele famoso e conhecido “churrasquinho de gato”, mas comem carne de frango, boi, carneiro, perus, etc. Me fazendo lembrar de um texto muito interessante de Paula Brügger que leva o título:

“Por que os protetores de animais comem animais?”


Tina, Lhasa Apso, abandonada
Antes de ler o texto pela primeira vez, essa pergunta martelou meu cérebro durante muito tempo. Claro que eu já havia parado de comer carne e tentava encontrar na pessoa que eu fora, a resposta,mas via outros amigos protetores comendo em churrascarias, pedindo hambúrgueres que nascem em árvores, solicitando um cachorro-quente na saída do cinema e assim por diante, mesmo eu tendo lhes falado o que descobrira: os animais tem vida.E ele ainda assim ignoravam.

E por que eles faziam isso?

Eram pessoas tão boas, tão centradas nas questões animais, tão dedicadas e ao mesmo tempo, tão cegas para outros tipos de sofrimento animal.

Paula Brügger nos explica em seu belíssimo texto que os protetores de animais comem animais primeiro porque não precisam matá-los. Segundo porque não assistem ao sofrimento desses animais nem durante sua vida curta e muito menos no instante de suas mortes.

É aquele véu que falei noutro texto , ou seja, a ignorância continua sendo uma benção para eles.

O protetor de animais que disser que não vive sem carne, não merece o direito de ser considerado um protetor de verdade.

Radical? Talvez. Mas vamos raciocinar, um cão sarnento sofre mais do que um porco que tem o pescoço cortado e fica dependurado sangrando até morrer?

O cão sarnento apesar de tudo ainda pode encontrar um protetor que cuide dele, mas o porco não tem quem lute ou amenize a dor dos chutes, pontapés, choques e o sangramento em sua artéria.

Agora já não parece tão radical não é?

Como um protetor de animais vai dizer para as pessoas se penalizarem dos cães e dos gatos abandonados, se ele como protetor e defensor da vida, não se apieda dos animais que são abatidos nos frigoríficos e nas granjas?

Clara, SRD, abandonada
Nós não matamos nossos amigos. Porque é errado matar.

Errado matar não apenas aquele cão ou gato de rua que cruza o nosso caminho, mas todos aqueles animais que são criados apenas para  virarem alimento.

Nós também somos uma Indústria Cruel, tão cruel como os abatedouros quando permitimos que esses animais sejam abatidos para nos saciar a fome, mesmo sabendo que temos dezenas de outros alimentos que podem substituir ainda melhor as proteínas da carne.

Nós matamos indiretamente.Mesmo assim matamos.Somos responsáveis indiretamente por suas mortes, Por seus medos, pelas dores, por toda a vida miserável que tiveram antes de terminarem em nossos pratos.

Eles merecem o mesmo respeito que os cães e gatos que tiramos da rua.

Eles merecem os mesmos direitos que os cães e gatos que vacinamos e castramos.

E por que ainda hoje existem protetores de animais que comem animais?

Hipocrisia dizer que amamos uns e permitimos que outros sejam mortos para nos satisfazer. O verdadeiro amor não escolhe amigos.

Está, ou melhor, já passou da hora dos protetores agirem como protetores.O trabalho deles é árduo?Sim, é, mas qual trabalho em prol da causa animal não o é?

Se os protetores que se apiedam dos cães sarnentos e dos gatos queimados com água quente não tomarem a dianteira na luta pelos Direitos Animais, quem irá tomar?

A pessoa que colocou o cão na rua ou a que atirou água fervendo no gato?

Aquela que nem olha o cão tremendo de frio numa esquina ou o outro que atira pedras no gato franzino que atravessa a rua?

Quem mais poderia lutar pelos Direitos Animais, de todos os animais, senão os próprios protetores?

Bono e iris, SRD, abandonados
Ou você está do lado dos animais ou está contra eles, nesse caminho não há meio termo. Não podemos falar de algo se não acreditarmos naquilo, senão tomarmos partido, senão lutarmos de verdade.

Cães e gatos terão seus direitos um dia, mas o restante dos animais também porque um não é melhor ou pior que o outro, porque um não sofre mais ou menos que o outro.

Como uma Indústria, até hoje Cruel, devemos também mudar nossos costumes brutais, nossas experiências com animais.Não podemos exigir isso dos outros se dentro de casa fazemos o mesmo.

O fato é que não podemos nos engajar num movimento que preza a libertação animal se ainda os devoramos.

Vamos mudar nossas casas para depois sim exigir que os outros modifiquem as deles, isso sim é lutar contra o Holocausto Animal.

“Você precisa ser a mudança que você quer ver no mundo.”

Gandhi





Simone Nardi





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