quarta-feira, 21 de maio de 2014

A dor do outro

Primata atrás das grades


“O ser humano vivencia a si mesmo, seus pensamentos, como algo separado do resto do universo - numa espécie de ilusão de ótica de sua consciência. E essa ilusão é uma espécie de prisão que nos restringe a nossos desejos pessoais, conceitos e ao afeto por pessoas mais próximas. Nossa principal tarefa é a de nos livrarmos dessa prisão, ampliando o nosso círculo de compaixão, para que ele abranja todos os seres vivos e toda a natureza em sua beleza. Ninguém conseguirá alcançar completamente esse objetivo, mas lutar pela sua realização já é por si só parte de nossa liberação e o alicerce de nossa segurança interior”.


Albert Einstein







Esse  pensamento fez-me lembrar de um dos ensinamentos de Jesus: “Amai ao próximo como a si mesmo”. Mas o Mestre não especificou se o próximo era o seu irmão de sangue, sua mãe, ou seu pai. Não especificou se o próximo seria mesmo aqueles que estão próximos ou que são iguais a você. Em meu entendimento, o próximo é muito mais. É como Gandhi disse: “o próximo é tudo o que vive”. E quando pensamos assim, estamos aumentando gigantescamente o nosso círculo de compaixão. Deixamos de amar apenas os nossos familiares e amigos e passamos a amar tudo o que vive. 



Entre tantos seres viventes, estão os animais. Sim, eles também são o nosso “próximo”. Estão presentes em nossa vida não para que façamos deles meros objetos. Eles têm sentimentos, alma, sofrem, necessitam do nosso auxílio para seguirem rumo à evolução. O que ocorre é que nós “humanos”, em nossa prepotência e soberba, julgamo-nos superiores, feitos à imagem e semelhança de Deus. Diante desse grandioso orgulho, sentimo-nos no direito de usurpar as vidas inocentes que estão em nosso planeta tão-somente para evoluírem, assim como nós mesmos, seres imperfeitos que somos. Desde os primórdios, estamos destruindo sem piedade tudo o que nos cerca, numa frieza implacável. 

Contudo, aos poucos, algumas mentes adormecidas foram despertando e pouco a pouco expandindo em si mesmas o sentido de amar ao próximo.  Alguns já conseguem se colocar no lugar do outro, sentir um pouco a dor alheia. Mas não é fácil. Temos a tendência de amar os nossos familiares, alguns poucos amigos e, se amarmos além, como, por exemplo, a um animal, amamos apenas aquele que é “nosso”, o cachorrinho de estimação da família. Não conseguimos enxergar no cão de rua o nosso próximo, aquele que necessita da nossa compaixão profunda. Não conseguimos nos colocar no lugar dos nossos irmãos que todos os dias são abatidos friamente, apenas para se transformarem em pedaços de carne. E por que fechamos os nossos olhos? Porque ainda não sabemos amar. Amamos de maneira egoísta, um amor que aprisiona, sufoca e mata. Amamos como se nosso coração não suportasse amar mais. Dedicamos o nosso carinho e respeito apenas àqueles que estão literalmente próximos. Enquanto permanecermos assim, o mundo será de provas e expiações, porque é inimaginável um planeta de regeneração onde o significado da palavra amor ainda é tão mesquinho.

Filhote abandonado, parece invisível para os seres (h)umanos que passam por ele.

Precisamos abrir nossos olhos, os da alma, para enxergarmos o que ainda é invisível para a maioria e, quando estivermos com os olhos abertos, precisamos ajudar a abrir os olhos dos que nos cercam para que vejam que o próximo pode estar em qualquer lugar que nosso pensamento possa alcançar. Notaremos em toda a parte mãos precisando das nossas para serem conduzidas. Fitaremos pessoas com os corações necessitados de um pouco de ânimo para seguir em frente. Sentiremos as plantas necessitando de nossa proteção e cuidados. Ouviremos os animais pedindo para viver, para terem a oportunidade sagrada da vida, que lhes tiramos simplesmente pelo fato de não os considerarmos como nosso próximo. Que cada um de nós abra os olhos, o coração. Que possamos expandir nosso círculo de compaixão, estendendo nosso amor para tudo o que vive. Somente assim seremos capazes de exercitar, em sua plenitude, nossa condição de seres humanos. 




Fernanda Almada   



Gostou deste artigo?
Mande um recado pelo
Nos Ajude a divulgar 






©Copyright Blog Irmãos Animais-Consciência Humana - Simone Nardi -2014
 Todos os direitos reservados 
RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS - CÓPIA E REPRODUÇÃO  LIBERADAS DESDE QUE CITADA A FONTE - 2014
      

2 comentários:

  1. É difícil olhar para essas imagens e não sentir um aperto no coração. Dá vontade de poder abraçar o mundo, de estar em todo lugar e resgatar cada irmãozinho que precisa de socorro. Eles conseguem passar com um olhar o que estão sentindo. Só alguém muito insensível para não perceber, se apiedar e ter coragem de não fazer nada.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Yara

      Acredito que somente pessoas sem qualquer senso moral e sentimental pode ver o outro em dor e não fazer absolutamente nada, por isso escrevemos sempre h-umanos, ou seja, ainda seres incompletos demais para saber o que significa o amor.
      Grande abraço
      Simone

      Excluir

Comente; Sugira; Critique; Trabalhamos a cada dia para melhorar o Blog Irmãos Animais - Consciência Humana