segunda-feira, 29 de julho de 2013

As casas espíritas e a assistência espiritual aos irmãos menores animais :Informação, amor e caridade


Chakras nos animais
A literatura sobre a alma dos animais é bem vasta, não há mais como negar a sua existência e com a evolução dos estudos e a orientação de benfeitores espirituais, aos poucos a alma animal, antes tão desconhecida e perturbadora, tem agora  um grande aliado. Antes de falarmos dele é preciso nos lembrarmos que , desde que seres humanos e animais se aproximaram, começamos aos poucos a incluí-los em nossas famílias e com a agitação da vida cotidiana, em nossos problemas, o que causou a eles também inúmeros transtornos. A falta de tempo fez com que os tutores deixassem de fazer a comida dos animais e optassem pela facilidade, nem sempre saudável, das rações industrializadas. Essa mesma falta de tempo impede que o tutor leve o animal para passear e que o deixe sozinho por longos períodos sem receber a atenção necessária. Não apenas seu lado material adoeceu, mas seu lado psicológico e espiritual.

Tal como os seres humanos, os animais igualmente possuem seus chakras, ou seja, seus centros de força que com as dificuldades criadas pelos próprios tutores começam a trabalhar com mais lentidão, causando assim transtornos ao corpo material dos animais e abrindo espaço para que muitas doenças ocorram. Foi para orientar tutores e auxiliar os animais que em 2006 Marcel Benedeti, médico veterinário e autor de vários livros sobre a alma dos animais, fundou uma das primeiras Casas que iriam começar  trabalhar no tratamento e na assistência espiritual dos irmãos menores animais.

A dúvida que se formou entre muitos espíritas era como realizar o passe nos animais sem prejudicá-los devido ao famoso caso do sr. T que se encontra no Capitulo Mediunidade dos Animais, no Livro dos Espíritos e que narra a seguinte experiência:

“O Sr. T., dizem, magnetizou o seu cão. A que resultado chegou? Matou-o. Porque esse infeliz animal morreu depois de haver caído numa espécie de atonia, de langor, consequência de sua magnetização. Com efeito, infiltrando-lhe um fluido haurido numa essência superior à essência especial da sua natureza, ele o esmagou, agindo sobre ele, embora mais lentamente, à semelhança do raio. Assim, não havendo nenhuma possibilidade de assimilação entre o nosso perispírito e o envoltório fluídico dos animais propriamente ditos, nós os esmagaríamos imediatamente ao mediunizá-los.”

É clara a explicação pela qual ocorreu o desencarne do animal “infiltrando-lhe um fluido haurido numa essência superior à essência especial da sua natureza (...)não havendo nenhuma possibilidade de assimilação entre o nosso perispírito e o envoltório fluídico dos animais propriamente ditos, nós os esmagaríamos”. “Numa essência superior à essência especial de sua natureza”, ou seja, os campos magnéticos de seres humanos e animais diferem tal qual suas almas, o que implicaria na transformação dessas energias magnéticas para que o passe pudesse ser aplicado sem qualquer perigo nos animais e assim é realizado em todas as Casas que se dispuseram a abrir suas portas para estes irmãos .

Chakras


No trabalho de  tratamento e assistência espiritual aos animais são trabalhados apenas 3 Chakras: o Chakra Base ou Raiz, o Chakra do coração e o Chakra Coroa. Para o início dos tratamentos, a equipe de médiuns que irá aplicar os passes nos animais se prepara durante um longo período para que as energias fluídicas sejam trocadas pelos benfeitores espirituais de forma  não prejudicar os animais, transformando-o numa energia mais sutil. O passe que os animais recebem é assim modificado pela espiritualidade exatamente pela diferença de energias entre os corpos e sua aplicação é indicada a fim de sincronizar os centros de força destes irmãos menores, fortalecendo-lhes a matéria para que o tratamento realizado com os médicos terrenos, os veterinários, surta um efeito melhor. O passe ,como vimos anteriormente, se não modificado pode acelerar o desencarne dos animais devido ao magnetismo existente nos corpos humanos. Assim também ocorre com a irradiação e não fluidificação da água que é destinada ao tratamento dos animais. Tanto o passe quanto a água irradiada, agem na matéria dos animais, devido a isso a necessidade da sutileza das energias que ali estarão.

Mas não é somente para receber os passes e a água irradiada que os animais “levam” seus tutores até as Casas Espíritas, o trabalho dessas Casas vai além do tratamento dos irmãos animais, elas levaram para dentro de seus espaços todo um trabalho de conscientização delas e dos tutores em relação a todos os demais animais e ao sofrimento que os seres humanos lhes impõem no dia a dia, as palestras que antes falavam apenas sobre o Evangelho destinado ao amor de seres humanos para seres humanos, hoje conseguiram uni-lo dentro de uma ética que relacione animais e seres humanos num mesmo ato de caridade. Palestras sobre vegetarianismo, experimentação animal, ética animal, eutanásia, maus tratos, abandono , espiritualidade animal entre outras unem-se perfeitamente as palavras do Evangelho que pregam amor, benevolência, caridade e compaixão, conscientizando todos que buscam mais esclarecimento, sobre a imensa responsabilidade  que o termo “irmãos animais” traz consigo. As pessoas somente  se transformam quando começam a compreender o que suas ações realizam de bom ou de mau, quando percebem que há uma outra realidade além daquela que conheciam, informar e conscientizar são os trabalhos que hoje, embora poucas, essas Casas Espíritas realizam em relação aos animais.

O trabalho de conscientização é a grande obra deixada pelo querido amigo Marcel Benedeti.



Simone Nardi




Redação do blog Irmãos Animais - Consciência Humana




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quarta-feira, 24 de julho de 2013

Mito da Caverna :Verdade x Mentira

Alegoria da Caverna é uma metáfora criada por Platão, onde o filósofo demonstra de que forma podemos nos tornar livres das sombras que nos aprisionam da verdadeira Luz. Esse texto encontra-se em seu livro A República (livro VII) onde ele também fala de ética e política, para um bem maior. Em forma de diálogo, Platão nos narra a seguinte visão:

“Seres humanos que, acorrentados no interior de uma caverna desde sua infância, apenas podem contemplar as sombras que são projetadas na parede, tendo como realidade, apenas aquela visão. Entretanto, um deles (o filósofo) consegue se libertar, seguindo o caminho que leva para fora da caverna. Contempla então a realidade, as idéias puras. Retorna para o interior da caverna a fim de mostrar aos outros que as sombras não são tudo que existe. No entanto, os demais, acostumados às sombras e acreditando que elas são toda a realidade, não dão ouvidos ao filósofo. Mais do que isso: acabam por “maltratá-lo.”


Platão referia-se às crenças e tradições de seus contemporâneos, demonstrando como os homens dentro da caverna estão sendo condicionados a acreditar que só existe aquela realidade, e o homem que escapa seria aquele capaz de livrar-se das amarras dessas falsas crenças, seguindo então em busca da verdade. Ao falar dessa verdade aos homens que eram fiéis as antigas tradições e crenças pessoais, não seria ele aceito e nem compreendido. Essa metáfora demonstra a condição humana perante o Mundo; em termos de conhecimento, educação, ética, política e desejo de vencer nossa própria ignorância, a fuga do senso comum para uma visão mais organizada, lógica e verdadeira do Universo que nos cerca.


Tal realidade Platônica acontece hoje em dia e de uma forma tão simples que ninguém, ou quase ninguém, consegue se aperceber disso. No simples desenvolver-se do dia a dia, dentro de nossas casas, nos faróis, esse Mito está tão infiltrado dentro de nossas vidas, que passou a ser tão real quanto as sombras platônicas na caverna. Não vemos nada além daquilo que nos obrigaram a ver, não repetimos nada além daquilo que nos ensinaram a repetir, não mudamos nada em nós porque não desejamos ser como o prisioneiro que fugiu da caverna e que foi desacreditado, queremos ser iguais, acreditar no que todos acreditam, viver, como todos vivem.


Arthur Schopenhauer, filósofo alemão, disse um dia que a verdade atravessa três fases:

“Na primeira ela é ridicularizada; Na segunda contrariada; Na terceira, é aceita como o própria prova”.


E o que nós fazemos diante de novas verdades? Será que aceitamos como o prisioneiro que fugiu da caverna? Ou será que ridicularizamos e maltratamos aquele que vem nos dizer a verdade? Vamos fazer esse exercício de reflexão.


Imaginemo-nos dentro da Caverna Platônica, sim, porque podemos até não acreditar, mas muitas pessoas permanecem ainda hoje dentro dessa Caverna, olhando para sombras e acreditando que aquilo seja a mais pura e autêntica realidade. Não temos correntes de aço e podemos nos libertar a qualquer momento, porém, embora as correntes não sejam de aço, elas existem de uma forma alegórica e são feitas com um material mil vezes mais resistente. O comodismo. Esse tipo de grilhão sufoca a mente e o corpo, e embora seja simbólico e não físico, acaba sendo ainda pior que as correntes de aço que Platão usava em sua teoria, pois na Teoria das Idéias elas prendiam somente a matéria, e a corrente do comodismo e da alienação prende a mente e a vontade de conhecer a realidade.


Pois bem, estamos na Caverna de nossos vícios, de nossos comodismos, agindo e vendo as mesmas coisas, do mesmo modo, há séculos em nossa parede mental, desde nossa tenra infância. Acostumamo-nos a isso, aquelas imagens, aquelas vozes, aquelas crenças pessoais e tradições seculares. Sendo moldados Ética, Moral e Esteticamente pelos padrões da nossa exigente sociedade, através das microrelações e dos micropoderes[1] que sofremos e que, poderemos vir a exercer sobre os outros. Eis que um dos prisioneiros se liberta, tal como no Mito da Caverna de Platão, e ao sair dessa escuridão ele se depara com a verdadeira realidade.


No início seus olhos doem ao contemplar a Luz da Verdade. Sua mente julga ser aquilo tudo uma mentira, pois não reconhece ali todo aquele “Conhecimento” que obtivera dentro da Caverna. Ele se assusta, pensa em voltar para dentro, pois se sente mais seguro ali. Mas algo o impede de retornar para dentro da Caverna ; O desejo pelo novo conhecimento, a descoberta, a visão de algo que desconhecia : A Luz da Verdade. Ele Muda, mesmo que sem reconhecer essa mudança.


E o que seria essa verdade ? Nietzsche, em seu livro “Verdade e Mentira no Sentido Extra Moral” nos responde:


[...] a verdade e a mentira são construções que decorrem da vida no rebanho e da linguagem que lhe corresponde. O homem do rebanho chama de verdade aquilo que o conserva no rebanho e chama de mentira aquilo que o ameaça ou exclui do rebanho. (…)Portanto, em primeiro lugar, a verdade é a verdade do rebanho.

Mas um homem conseguiu escapar da Caverna, do rebanho social ao qual Nietzsche se refere, e esse homem, tal como o filosofo de Platão, volta para contar o que viu, porém os outros não acreditam nele e o maltratam. Ao tentar falar o que viu a esses homens que há tantos séculos vivem em “rebanhos”, presos as suas crenças e superstições, seria chamado de mentiroso, uma ameaça a ordem natural[2], chamam a nova verdade de “mentira” e o excluem do rebanho. Essa punição é hoje, realizada de forma simbólica[3]·, às vezes um afastamento, a ridicularização, a completa negação através de uma agressividade emocional, tal como Schopenhauer já havia colocado. Eis que o Mito da Caverna de Platão se repete todos os dias de nossas vidas e reafirma a idéia de Nietzsche sobre a mentira que nos faz viver em sociedade:


“O homem do rebanho chama de verdade aquilo que o conserva no rebanho e chama de mentira aquilo que o exclui”.


Essa é a punição ao homem moderno, a punição simbólica, a Exclusão. Assim é a luta pelos Direitos Animais. A esmagadora maioria das pessoas vive dentro da Caverna de Platão ou dentro do rebanho social de Nietzsche, imaginando que o Mundo é somente aquilo no que as fizeram acreditar. As pessoas dessa moderna Caverna social acreditam que a carne que chega ao seu prato lhes é extremamente necessária, pois uma sombra projetada na parede as ensinou isso; do mesmo modo passam a acreditar que o animal que foi assassinado nada sofreu, nem antes ou durante o crime, pois as imagens que se refletem na parede de sua Caverna mental são belas, meigas e carinhosas, de forma a moldá-las docilmente aos desejos sociais. Fomos condicionados a imaginar vaquinhas pastando em campos verdes, com seus bezerrinhos felizes e saltitantes.


Projetaram em nossas mentes, desde tenra idade, porquinhos sorridentes fazendo propaganda de toucinho. Nossos pais nos faziam assistir desenhos animados onde pássaros comiam filés descomunais, onde os animais comem lanches de pão com presunto embora tenham entre si, laços de amizade . Vemos a todo instante, imagens coloridas de vaquinhas felizes nas caixas de leite e bois atléticos pastando alegremente enquanto mostram a carne de primeira que as pessoas devem comprar. Assistimos inertes um franguinho alegre que senta-se a mesa para apreciar a suculenta carne de frango e de peru, seus primos em espécie, e nos extasiamos ao ver uma propaganda com paisagens paradisíacas onde são processadas as salsichas e as linguiças, tudo arborizado, cheio de flores e feliz. Mas nunca nos perguntamos qual a real ligação entre os felizes animais ao qual nos condicionam a ver e a realidade dos animais que consumimos.


Mas lá vai nosso destemido “Filosofo”[4], libertando-se dos grilhões que lhe atavam a mente e, em sua loucura pela verdadeira Luz, escapa da Caverna e se depara com um Mundo Real e não um Mundo de Sombras e mentiras ao qual o acorrentaram durante tanto tempo. Ele assiste a agonia dos belos porquinhos que não fazem propaganda do toucinho porque descobre que se assim o fizessem, estariam vendendo a própria vida, então descobre que enquanto estava acorrentado, era-lhe impossível fazer essa conexão entre a vida e a morte de seres que lhe ensinaram, não possuíam qualquer valor. Ele começa a ver que os bois atléticos que vendiam a si e a seus irmãos, hoje correm de medo ao sentir o cheiro da morte de seus companheiros; que na maioria das vezes, por causa de uma produção que precisa aumentar a cada dia, a pistola pneumática não funciona 100% e eles acordam sentindo a dor de uma garganta dilacerada, enquanto aspiram o odor de seu próprio sangue que se espalha, toda vez que seu apavorado coração pulsa. Ele enfim descobre que a vaquinha da caixa de leite, produz leite acima da média porque toma hormônios e que suas tetas incham e ficam inflamadas pela mastite depois, quando não serve mais, é arrastada para qualquer frigorífico para virar ração animal, já que sua carne não serve para alimentação do rebanho humano. Que seu bezerrinho não fica saltitante pelo campo como lhe mostraram, mas que desde tenra idade é impedido de mamar, sendo retirado de sua mãe para ser confinado por 2 a 3 meses, amarrado, sem espaço para poder movimentar-se, ficando anêmico para que alguns apreciem sua carne clara, levemente rosada, a carne de um filhote que sofreu desde seu nascimento, um bezerrinho igual ao daquele desenho[5] que ele assistiu e o qual hoje, seu próprio filho assiste. Ele descobre que na verdade, aquele “Paraíso” no qual o fizeram acreditar, onde os animais eram felizes e não sofriam, não passa de um “Inferno” de dor e agonia, uma realidade virtual que nos engana, nos impedindo de presenciar a realidade.


“(…) o intelecto ilude, dissimula, forja imagens luminosas, tudo para lançar um véu sobre esse fundo trágico e assim continuar vivendo[6].”


E o filosofo volta a Caverna para contar o que viu, e sabemos o que acontece tanto na visão de Platão, quanto na visão de Nietzsche e Schopenhauer. A maioria o chama de louco, outros o maltratam e o excluem do rebanho; uns poucos se arriscam a sair da Caverna para presenciar a Verdade, porém, a grande maioria prefere continuar vivendo na escuridão, na segurança daquele rebanho social, porque a realidade os fará mudar e se eles mudarem, poderão acabar excluídos; “E “assim continuar vivendo”. Somente a coragem e a determinação na busca pela verdade podem libertar os homens das correntes mentais do comodismo, essas, muito mais fortes do que os grilhões de aço. O que podemos afirmar é que, após tantos Séculos de escuridão, a grande maioria das pessoas ainda sente medo de mudar, elas sentem medo do novo e preferem ignorar a palavra daquele que presenciou a realidade, preferindo enxergar somente o que existe nas sombras de suas paredes mentais.


Nesse exato momento, enquanto o “Filósofo” tenta mostrar a verdade, muitos ainda o estão ridicularizando e dizendo : “Não, isso não é a verdade, os animais foram criados para nos servir, nós precisamos de proteínas, precisamos da carne, existe o abate humanitário, sem dor, os animais não sofrem, esse bife que como, nada mais é que um simples pedaço de carne, não há vida por detrás dele, não desejo saber como ele chegou aqui, só quero fazer o que sempre fiz, agir como fui condicionado a agir, falar e pensar como me condicionaram a falar e pensar”. E essas palavras continuam soprando em sua parede mental, palavras que não são dela, palavras que lhe foram ditas, imagens que lhe foram projetadas para que ela pudesse ser mais um, entre o rebanho que pensa igual, que age igual, que se sente na realidade mesmo que aprisionada pelos grilhões do comodismo e da alienação mental. Ela acredita naquilo que lhe mostram, não questiona, não vai além, não se permite pensar por si mesma, fazer algo fora disso é opor-se a sociedade e tal coisa é passível de punição, de exclusão social e ela precisa permanecer ligada a sociedade.


A verdade e a mentira são ditas a partir do critério da utilidade ligada à paz no rebanho. Assim, os gestos, as palavras e os discursos que manifestem uma experiência individual própria em oposição ao rebanho, ou não são compreendidos ou trazem mesmo perigo para aqueles que assim se mostrem.[7]


E não faltam exemplos da incompreensão dessa realidade em argumentos que atravessam os anos, repetitivos e condicionantes, além de totalmente úteis a “paz do rebanho”, porém sem bases morais nos quais se fundarem. Quantas vezes não ouvimos alguém repetir frases do tipo: “Nós podemos comer carne porque muitos animais selvagens fazem isso”. Não pensam, porém, no que implica buscar bases morais em seres que ela foi condicionada a crer, são inferiores a ela, seu grau de “domesticação” é tão alto que ela não consegue perceber que, ao buscar essa base moral nos animais, equipara-se a tudo o que nega a eles, descendo a uma condição que tanto busca para se distanciar dos animais, a de inferioridade e falta de capacidade intelectual. Sim, aqueles mesmos animais que nós, os acorrentados, chamamos de selvagens porque matam e porque são irracionais, nos servem agora de parâmetro ético e moral para que nos perdoemos pela morte e tortura que lhes infligimos. Mas nós podemos, porque nós somos inteligentes, nós temos nossa “própria opinião”, eles o fazem porque são selvagens. Nós sabemos a verdade e encaramos como natural[8] a morte de milhões de animais. Além disso, nós não os matamos, nós somos “limpos”, pagamos para que façam isso por nós. Apesar de “nossa opinião própria”, que temos e é “nossa”, ouvimos alguém dizer que é natural, que faz parte da cadeia alimentar, além disso, “nos foi dito” que os animais não são nada, e acreditamos, mas é “nossa” opinião pessoal, não roubamos de ninguém…


As pessoas que se fundam nesses argumentos são incapazes de notar um detalhe: Em nenhum momento elas passaram o que lhes foi exposto pelo crivo da razão, da curiosidade, do “estranhamento”. Simplesmente aceitaram como Imperativo Categórico[9] o que lhes foi mostrado na parede da Caverna: “Se os homens da caverna comiam carne, nós também podemos comer. Se isso é feito há séculos, é porque deve ser verdade. Porque se meus antepassados viviam assim, eu também posso viver. Não há razão para pensar quando é mais fácil aceitar a imposição social. Para que descobrir a verdade quando se podemos aceitar as verdades dos outros?


E assim nos negamos a deixar nossa Caverna Mental, nosso Rebanho Social, porque ele nos assegura o direito de continuarmos ignorantes sobre o que ocorre com o destino dos animais. Porque nossa caverna e nossos grilhões nos permitem permanecermos cegos e surdos, porque nos permite continuar a ser o que os outros já foram, e é desse modo que ensinaremos nossos filhos e os filhos de nossos filhos. Não queremos saber o que poderíamos ter feito ou o que poderíamos ter sido, não queremos deixar esse lugar seguro que nos mostra sombras que nos alegram, mentiras nas quais desejamos continuar acreditando.


Dentro da Caverna nós não somos o que queremos ser, não vemos o que queremos ver, não pensamos o que queremos pensar, nós somos o que os homens de um passado distante foram e nos adestraram a ser. Nós não acreditamos no que queremos acreditar, acreditamos nas mentiras que nos contaram e que nos foram mostradas em nossa parede mental, porque achamos que seria mais fácil nos encaixarmos numa sociedade racista, sexista, especista e mais do que tudo, egoísta. Queremos ser o que “eles”, pessoas que nem ao menos conhecemos, foram, queremos agir como “eles” agiram, porque sabemos que, como o Filosofo que escapou da Caverna e vislumbrou a verdade sendo curado de sua ignorância, se fizermos o mesmo, iremos parecer estranhos a essa sociedade, incompreendidos, ridicularizados e queremos, não, nós precisamos ser aceitos; queremos ser iguais a todos, afinal é mais fácil viver assim, nas sombras, escondidos em meio a um imenso rebanho.


E surge a questão:o que somos para nós mesmos enquanto dentro da Caverna? O que representamos para o Mundo enquanto levamos essa vida social em forma de rebanho?

Se acreditarmos que é tudo muito natural, que os animaizinhos vivem e morrem felizes para servirem de comida, diversão, agasalhos para nós, os seres racionais, é porque estamos assistindo as sombras passando na parede da Caverna Platônica, distantes da verdadeira Luz da Sabedoria e do Conhecimento.


Acreditamos que essa seja a realidade, embora não seja, e tememos mudar.
Se soubermos que eles sofrem e mesmo assim não nos preocuparmos com seu destino, precisamos parar e descobrir o que há de errado conosco. Pois se sabemos que causamos dor e aflição e apreciamos isso, talvez seja porque nos sintamos fracos para reagir, e isso é sinal de covardia, não queremos lutar contra as ondas e preferimos seguir junto com a maré, leve-nos ela para onde nos levar.


O mesmo se dá se acreditamos que escolhendo vidas que devam ser salvas enquanto outras possam ser mortas, estamos sendo éticos, ainda sim estaremos nas sombras, pois estaremos usando de dois tipos de ética, a verdadeira e a utilitária . A utilitária, aquela que nos satisfaz e nos alegra e a verdadeira, aquela que valeria universalmente para todos os seres. Acreditamos ser éticos quando na verdade não sabemos o que realmente significa ética.


Se conseguirmos dar os primeiros passos para fora da Caverna, se formos capazes de nos separar dos grilhões mentais dos demais aprisionados e, se conseguimos olhar para o Sol enxergando em sua Luz, a Verdade,a Realidade, dificilmente nos omitiremos de tomar uma atitude em relação a vida. Seremos o filósofo que escapou da caverna, que através da dialética foi buscar respostas a fim de eliminar primeiramente o senso comum a visão de todos dentro da caverna, depois as hipóteses para finalmente se pautar em argumentos seguros se desvencilhando das mentiras que lhe eram impostas.


Sempre haverá aqueles que não desejarão, os cegos e surdos, os egoístas, de quem nada se poderá esperar além de sombras. Mas também sempre haverá aqueles que, em meio a multidão, conseguirão erguer a cabeça e contemplar o Sol da verdade. São aqueles que não terão medo de sair da alienação mental que acorrenta a sociedade e que aprenderão a viver com a verdade ao invés de permanecer na mentira.


Einstein explicou isso de forma sutil ao dizer: “Quando uma mente se abre à uma nova ideia, jamais volta ao seu tamanho original. Quando se sai da Caverna e se enxerga a realidade, se torna impossível conviver com a mentira.





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PLATÃO - A República -Editora Martin Claret- 2ª Edição
NIETZSCH - Friedrich - Os Pensadores-Verdade e Mentira no Sentido extra Moral
KANT, Immanuel - Metafísica da Moral-Fundamentação da Metafísica dos Costumes e outros Escritos
FOLCAULT, Michael - Vigiar e Punir e Microfísica do Poder - Editora Vozes - 39ª Edição

NOTAS

[1] Foucault- Microfísica do Poder
[2] Hoje os DDA's (Defensores dos Direitos Animais) são considerados a terceira maior ameaça no Mundo.2008
[3] Foucault-Vigiar e Punir/Microfísica do Poder
[4] Na verdade esse termo é usado por Platão na Teoria das Idéias, numa referência a morte de Sócrates, mas no sentido do texto o termo pode ser compreendido como uma pessoa que defende os animais
[5] Jackers, As aventuras de Piggle Winks, onde há uma confusão entre animais, pois uns falam enquanto outros são explorados por seus donos, todos animais.
[6] Nietzsche, Verdade e mentira do sentido extra moral.
[7] Nietzsche.
[8] A pessoa condicionada, perde a capacidade de discernir que a dor e a morte nos animais se procede nos mesmos graus orgânicos que com os animais humanos.
[9] Kant e seu imperativo categórico de viver de um modo tão ético que sirva para todos, o problema porem é que, os homens dirigem a ética para aquilo que desejam, e não para aquilo para o que serve a ética: O bem coletivo, e como Bem coletivo pode-se incluir a Natureza, sempre colocada de lado.



Simone Nardi – criadora deste blog e do antigo Consciência Humana, colunista do site Espirita da Feal (Fundação Espirita André Luiz) é fundadora do Grupo de discussão  espírita Clara Luz, que discute a alma dos animais e o respeito a eles.Graduada em Filosofia e Pôs-Graduada em Filosofia Contemporânea e História.






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sexta-feira, 19 de julho de 2013

Linguiça Calabresa

Os Porcos


Porcos
        Porca com os seus porquinhos.
Porcos
    Corte dos dentes dos porquinhos.
Porcos
    Porcos amontoados numa suinicultura.
Porcos
   Corpos de leitões .

Os porcos são animais altamente inteligentes e sociais mas, na indústria da suinicultura, são tratados como se não passassem de recursos inanimados que urge explorar ao máximo e no mínimo espaço de tempo. De acordo com estudos científicos, os porcos são mais inteligentes do que os cães ou do que crianças com 3 anos de idade.


As porcas criadeiras dão à luz mais de 20 porquinhos todos os anos. Os porquinhos são amamentados durante duas ou três semanas, e depois são retirados à mãe. Após passar pela dor de perder os filhos, a mãe porca é imediatamente forçada a acasalar novamente com o porco reprodutor, pois há que manter a produtividade no máximo.


É prática generalizada os porquinhos serem cruelmente mutilados sem anestesia logo depois de nascerem. As caudas são amputadas e os dentes são cortados para minimizar os estragos que os porcos possam fazer uns aos outros. Além disso, os porcos machos destinados ao consumo são castrados, quase sempre sem recurso de nenhum tipo de anestesia.


Dentro das suiniculturas, é comum o ar estar poluído com poeira e gases irritantes resultantes das fezes dos animais. A fraca qualidade do ar, aliada à superlotação e a condições pouco higiênicas, fazem das suiniculturas locais ideais para a proliferação de diversas doenças. É muito comum os porcos sofrerem de pneumonia e outras doenças, bem como apresentarem diversos ferimentos físicos. Para minimizar os riscos de doenças, são-lhes administrados rotineiramente antibióticos.


Contrariamente à fama que têm, os porcos são animais muito asseados. Eles gostam de rolar na lama sobretudo para se refrescarem nos dias mais quentes. Se tiverem espaço, os porcos nunca fazem as necessidades junto do local onde comem ou dormem. No entanto, nas explorações pecuárias, são obrigados a viver permanentemente em cima das próprias fezes e da própria urina.


Os leitões, cuja carne é muito apreciada, são porquinhos que são cruelmente abatidos quando ainda são bebes. Estes porquinhos são mortos imediatamente após o desmame ou apenas alguns dias depois. A maioria dos leitões não chega a viver um mês.
 

Mas os outros porcos não vivem muito mais tempo. Nas suiniculturas, os porcos criados para alimentação não costumam passar dos 4 meses, altura em que atingem cerca de 100 quilogramas de peso. Graças às rações de engorda que lhes são dadas e ao confinamento em que são mantidos, os porcos ficam prontos para abate quando estão naquilo que seria a sua infância.


Quando chega a altura do abate, a viagem é mais um momento de profundo stress e sofrimento. Os porcos são amontoados em caminhões para serem levados para o matadouro, mas muitos não resistem à dureza da viagem. No matadouro, é suposto os porcos serem atordoados antes de serem degolados. No entanto, o atordoamento nem sempre funciona bem e alguns porcos ainda estão completamente conscientes enquanto são içados pelas patas traseiras, degolados e se esvaem em sangue.


Seja qual for o tipo de exploração (convencional, de “carne do campo” ou de “carne biológica”), as vidas dos porcos são abrupta e violentamente interrompidas depois de uma curta existência. Na natureza, os porcos poderiam viver até aos 15 anos de idade. 


Consumir produtos de origem animal é consumir violência, seja qual for o rótulo simpático e alegre com que a embalagem é disfarçada. Está nas mãos de cada um de nós não compactuar com esta exploração e morte. Desligue-se da exploração e violentação dos outros animais, abrace o veganismo!


Esta é a realidade que nos recusamos a encarar. A indústria alimentar é responsável por 99% de toda a exploração, sofrimento e morte que causamos aos outros animaisAjudar este animais está nas mãos de cada um de nós, aqui e agora. Abrace o veganismo e faz a diferença!




O que vc vê assim

  



 na verdade é assim    


Redação do BLOG

Faça a Conexão com a Vida


Fonte:FaceVeg


Redação do blog Irmãos Animais - Consciência Humana

domingo, 14 de julho de 2013

A humanização dos animais


Camisetas que pintamos para arrecadação
Domesticamos tanto os animais que segundo o teólogo Rafael Rodrigues eles não sabem mais ser “animais”. E chegamos tanto a este excesso de humanização de seres que estão em determinado grau de evolução que começamos a interferir em sua evolução espiritual.

Ao interferirmos em suas vidas estamos causando a eles problemas que antes não existiam. Espíritos benfeitores sinalizam o problema da humanização e as dificuldades criadas no desencarne e na preparação para o reencarne destes nossos irmãos. O abuso com que os tratamos, o casamento entre cães, as pinturas das unhas, sapatos, chapéus, casaquinhos, entre outras coisas são desejos e necessidades puramente humanas. Em sua natureza os animais possuem as próprias defesas biológicas para o frio, para o calor, não necessitando muitas vezes, da nossa intervenção. Podemos alegar que cães extremamente peludos necessitam de tosa. Sim, concordamos, até porque foi nossa interferência em suas vidas – fomos nós que os tiramos de seu país de origem muitas vezes frio para um país quente como o nosso e vice versa-. Podemos notar que toda vez que um animal, desde que tenha sido retirado de seu habitat sofre, sofre por nossa causa, através de nossa interferência.Não é opção dele é nossa, tal como vestir sapatos, colocar lacinhos ou pintar as unhas.

Assim criamos hábitos desnecessários para eles como festas de aniversários, o uso de colares de ouro, de roupas que apenas enfeitam e não possuem qualquer função de proteção, entre tantas coisas que os obrigamos a fazer para “Nossa Satisfação Pessoal”, pois nos projetamos neles ao invés de tentarmos compreender suas necessidades. Humanizar os animais faz bem a quem? Ao animal com certeza não é pois, ao desencarnar, ele não consegue se “reconhecer” nem como animal nem como humano o que vai, como já dissemos, causar problemas à ele na nova reencarnação.

É preciso que os animais, por mais que os amemos, sejam respeitados como animais e não como seres humanos para que satisfaçam as nossas necessidades; a necessidade do animal é ser animal, a do humano é ser humano. Humanizá-los é desequilibrá-los e desequilibrá-los não é prova de amor.Eles não são nossos “filhinhos”, não são nossos “bebezinhos”, não são nossas “criancinhas”, estão ainda animais e merecem sim nosso amor e não sua humanização em relação aos nossos desejos.

Se nós os amamos, se nós nos preocupamos com sua evolução espiritual, humanizá-los só vai prejudicar sua caminhada rumo ao arcanjo. É preciso para amar, antes de tudo saber respeitar.


S.N.

Redação do Blog Irmãos Menores Animais





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quinta-feira, 11 de julho de 2013

Fazendo a conexão com a realidade

 Quando falamos em se conectar com a vida, com a realidade, nada mais pedimos que des-velar, des-cobrir aquilo que está, por nós mesmo, escondido. É assim que começo este pequeno comentário despretensioso sobre a falta de conexão do ser humano com o Planeta que habita, e que por sinal não lhe pertence. 

Já há algum tempo vinha ouvindo através do rádio as chamadas do Projeto Hydros, sobretudo quando falava da quantidade necessária para fazer um quilo de carne. Até pensei: nossas, esses caras estão conectados, finalmente.

Entrei no site para dar uma espiada e até vi ali o anexo "Pegada Hidrica", onde eles falam o seguinte: "um país que consome muita carne terá uma pegada hídrica maior que outro com tendência vegetariana"   .

fato interessante, mas muita gente fala isso, porém quando se ouve a palavra vegetariano  logo dizem que " não tem nada a ver". Não me preocupei,não é somente água ou somente as árvores que necessitam de atenção, mas o Planeta e todas as vidas que existem nele, como um todo.

Passado uns dia, assistindo a TV Cultura, vejo lá a musiquinha do CoCoRiCó "Entre nessa onda", tem água aqui, agua ali, cantam os animais da fazenda - o Júlio, o humano,  o cavalo, as galinhas então, como "Não era de se esperar", o Júlio canta " tem água até na Minha Canja"...........

Silêncio aterrador...meu claro...porque as galinhas, o Julio e o Alípio sequer perceberam que alguma parente delas havia acabado de ser morta para alimentar o Julio...

Por isso, é mais do que necessário a conexão com a vida, para que esses deslizes voltem a ser percebidos e des-velados.


Galinhas Lilica
Lilica

Lola
Lola
Zazá
Zazá
Fico pensando, por qual delas, a Lilica a Lola ou a Zazá, as crianças irão chorar, sim, pois o Júlio entrou na onda e tem água e Galinha, até na canja.
S.N.
Entre Nessa Onda!

"Água pra fazer a sopa
Água pra lavar a roupa
Água pra fazer café
Água até no picolé

Tem água na minha canja
Tem água dentro da laranja
Tem água na lagoa
Tem água dentro da pessoa

Tem água em tudo quanto é lugar
-Na lagoa, na piscina e no mar!
Quem tem na chuva tem que se molhar
-Entra nessa onda!

Água de baixo da ponte
Água lá na fonte
Água na minha vitamina
Água na gasolina

Tem água no legume
Tem água até no vagalume
Tem água na semente
Tem água até na gente

Tem água em tudo quanto é lugar
-Na represa, no riacho e até no ar!
Quem tem na chuva tem que se molhar
-Entra nessa onda!"

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=bUfim1f1Uas


Redação do blog Irmãos Animais - Consciência Humana

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Faça a conexão com a Vida

garfield-morte-vitima-inocenteFonte:Uni-Veg





Redação do blog Irmãos Animais - Consciência Humana

segunda-feira, 1 de julho de 2013

O Blog Irmãos Animais e sua Missão


Durante muito tempo vasculhamos alguns blogs que se dedicam a estudar a espiritualidade dos animais, tema sempre muito procurado por todos aqueles que se intitulam “apaixonados por animais”, porém, uma verdade tem que ser dita por pior e mais dolorosa que seja: O meio espírita talvez seja um dos mais refratários à ideia de vegetarianismo, de combate a vivissecção e ao tratamento espiritual de animais, entre outros assuntos relacionados a estes irmãos.

Ocorre uma serie de péssimas interpretações a respeito do Pentateuco e de suas concepções sobre os animais. É fato que a maioria hoje concorda que os animais possuam alma (espírito encarnado), que são nossos irmãos e que todos evoluímos da mônada , passando por todos os reinos conhecidos, mineral ,vegetal e animal - onde estamos ainda em evolução. Porém, nada disso sozinho faz/fez o espírita mudar sua relação de predador dos irmãos animais.

A grande maioria dos oradores espíritas, famosos por arrastar multidões, comem carne e se escudam no Livro dos Espíritos para continuar fazendo isso. Se negam a tratar do assunto por acharem “polêmico” o conceito de vegetarianismo. Mas, basta uma rápida busca pela internet para comprovar o que falamos aqui. Há ainda muito debate se o próprio Chico era realmente vegetariano antes de seu desencarne, além claro da infinita comparação que muitos destes oradores fazem entre  Hitler e Chico, dúvida esta que já esclarecemos no artigo  Desconhecimentos e Desentendimentos sobre Vegetarianismo”.

Ao ler a “desculpa” de cada um em alegar que a carne é necessária ao espírita, nota-se claramente que a única preocupação é com o ser humano em si mesmo, pouco importando como o bife (um irmão animal) chegou até o prato. Encontramos um texto - de um destes oradores em especial - que fala dos malefícios do vegetarianismo, da palidez cadavérica, das olheiras, porém em momento algum é citado a busca por informações sobre o vegetarianismo e como ser saudável ao se eliminar o corpo dos animais do prato diário, a caridade deste orador é tão grande em relação aos animais que vez ou outra ele compara os vegetarianos aos nazistas. Não é reportado também neste mesmo artigo, a criação do animal e seu sofrimento desde o nascimento até o momento do abate. É evidente no texto a falta da preocupação com o irmão animal , dragado ali por uma única preocupação: tornar-se um excelente médium.

Por isso notamos que , mesmo a leitura constante e insistente do Pentateuco não liberta a mente como alguns oradores acreditam, ao contrário, os torna tão alienados quanto qualquer outra pessoa que se debruça somente sobre um autor para se alicerçar. Por isso trazemos,semanalmente, os mais diversos temas, as mais diversas abordagens, pois no Pentateuco não é relatada a dor pela qual os animais, possuidores de alma e nossos irmãos, passam no momento do abate. Kardec não deixou comprovada a senciência animal e nem tampouco o fato da Consciência Animal, relatada pelos neurocientistas em 2012. Não há imagens no Pentateuco que retratem o lado interno dos abatedouros, nem das fábricas de filhotes, nem tampouco das granjas e da produção de ovos.

Lutamos contra a crueldade praticada com os animais:  SIM, uma luta ainda mais difícil pois está sendo travada no interior de cada Casa Espírita, com muitos espíritas que se negam a aceitar os animais como eles realmente são: IRMÃOS . Com espíritas que se  pautam em suas próprias fraquezas, em sua má vontade de mudar, alegando constantemente que são fracos e ignorantes , que este é um Planeta de expiação e provas e que um dia tudo mudará. Só que eles não percebem que os animais não podem mais esperar.

Por isso lutamos para trazer o Espiritismo novamente para os trilhos da Ciência, da Filosofia e da Religião, para que estes pilares sim possam libertar as mentes e assim, libertar os animais, libertando também os seres humanos de sua falta de amor.

Por isso os temas trazidos para este Blog são pautados nestes 3 Pilares, porque de nada nos adianta sabermos que os animais têm alma se os devoramos. De nada adianta dizermos que são nossos irmãos se nossa única preocupação não é com eles, mas com nós mesmos, a prova  maior é a reduzida quantidade de Casas Espíritas que abriram suas portas para cuidar destes irmãos e a quantidade igualmente reduzida de temas sobre animais que são abordados em suas palestras semanais, como se eles não fossem importantes para a mudança moral de cada um de nós.

A hora da mudança chegou. O que iria ocorrer “um dia”, já se tornou ontem, estamos atrasados para mudar, é hora de sacudir a poeira da preguiça e usar os lábios que oram não mais para devorar animais, mas para bradar em sua salvação.

Este o verdadeiro trabalho da caridade.




* A maioria dos links encontrados no texto são de artigos ou apresentações de palestras já postadas no blog. 

Abaixo colamos alguns dos inúmeros convites para "Almoços Beneficientes" das mais diversas Casas Espíritas, reconhecer o problema é o primeiro passo para mudar.










Redação do blog Irmãos Animais - Consciência Humana

S.N



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