segunda-feira, 3 de outubro de 2005

O que há em cada um de nós

Eu seguia para o trabalho naquele dia, estava frio e eu estava com pressa.Nervosa por ter de deixar o carro na rua por problemas na empresa onde presto serviço. Aquele dia, porém, não seria igual aos outros. Não, algo no ar me chamou a atenção.

Eu estacionei e encontrei uma amiga. Estava frio e ela me convidou a tomar um café, num barzinho ao lado da empresa.Acompanhei-a e enquanto ela pedia o café, saí para ver um senhor que havia me chamado a atenção logo que havíamos entrado no bar. 


Era um morador de rua, um senhor de cabelos já grisalhos, magro e tremendo de frio.Notei que estava descalço e seus pés estavam sujos e provavelmente congelados. Pensei logo em oferecer-lhe um copo quentinho de café com leite, mas uma alma bondosa já havia feito isso, mesmo assim eu queria, de alguma forma ajudá-lo. 

Lembrei que a empresa estava em campanha de arrecadação de roupa, imediatamente voltei e encontrei, por mera coincidência, a jovem responsável pela campanha. Contei-lhe o que desejava e ela, solícita, ajudou-me a escolher uma blusa de lã branca, que por coincidência, também era dela. 

Havia um sapato ali, grande. Coincidência do destino. Que serviria bem nos pés daquele amigo. 

Voltei para entregar-lhe as coisas e ele sorrindo veio receber-me. Na mesma hora vestiu a blusa e olhou para os pés. Estavam sujos. Ele abriu um sorriso e disse que antes de calçar seu sapato novo iria lavar os pés. Fiquei com ele ali ainda alguns minutos enquanto corria os olhos ao redor. 

Carros entravam e saiam das empresas que ficam por ali. Vidros filmados, fechados por causa do frio. Olhos concentrados no trajeto, não viam nada que estivesse do lado de fora dos portões das empresas. 

Despedi-me de meu novo amigo e enquanto seguia para o trabalho, uma voz soprou aos meus ouvidos dizendo: 

“ É por isso que você está aqui e eles não, eles ainda não conseguem enxergar a vida ao seu redor, cabe a cada um descobrir, o que há dentro de cada coração: se há amor para dividir com o próximo, se há respeito e solidariedade, se há disposição para auxiliar. Se há tudo isso, as coincidências do destino, que nada mais são do que as mãos de Deus encaminham os irmãos a se encontrarem. Se não há, o frio de seus próprios corações fecha-lhes as janelas da alma e eles não verão nada além de si mesmo”. 

Por isso meu amigo, temos sempre que procurar descobrir: O que há dentro de cada um de nós. 


Simone Nardi



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